Parques inclusivos: espaços para todas as infâncias

Parques inclusivos: espaços para todas as infâncias

Quando pensamos em parques escolares, é comum imaginarmos escorregadores coloridos, gangorras em movimento e crianças correndo de um lado para o outro. Mas será que todas elas estão realmente participando dessa cena? E se olharmos com atenção, quem está ficando de fora?

A arquitetura escolar tem um papel fundamental na promoção da inclusão e do direito ao brincar. Um parque bem projetado é um ambiente potente de desenvolvimento, convivência e expressão, entretanto, para que isso aconteça, de forma plena, é preciso garantir que todas as crianças se sintam pertencentes. É aqui que entra o conceito de parques inclusivos e acessíveis.

Brincar é para todos, sem exceção

Brincar é uma linguagem universal da infância. É por meio das brincadeiras que as crianças desenvolvem suas habilidades motoras, cognitivas, afetivas e sociais. No entanto, quando os espaços não são pensados para a diversidade dos corpos e das experiências, o brincar se torna um privilégio de poucos.

Crianças com deficiência, com mobilidade reduzida, com transtornos sensoriais ou qualquer outra especificidade têm tanto direito de brincar quanto qualquer outra criança. Infelizmente, muitos parques ainda são inacessíveis e acabam por segregar ou limitar seu uso pleno por todos.

Parques inclusivos são aqueles que acolhem todos os tipos de corpos, brincadeiras e formas de se expressar. Eles reconhecem que cada criança é única e propõem ambientes diversos, seguros e estimulantes, onde a convivência acontece com respeito e liberdade.

O que torna um parque inclusivo?

Um parque não se torna inclusivo apenas por ter um brinquedo adaptado. A inclusão exige um olhar amplo, atento e técnico, que considere:

1. Acessibilidade física

É fundamental que todos os espaços do parque possam ser acessados com autonomia. Isso significa a existência de rampas com inclinação adequada, pisos nivelados e antiderrapantes, passagens largas, ausência de degraus e sinalização tátil. 

Brinquedos com entrada frontal, balanços com apoio, painéis lúdicos em alturas acessíveis e circuitos em plano também ampliam o acesso ao brincar.

2. Diversidade sensorial

Crianças com deficiência visual, auditiva ou com Transtorno do Espectro Autista (TEA), por exemplo, se beneficiam de espaços que estimulam múltiplos sentidos  e isso favorece a todos que usam o espaço. 

Elementos que proporcionam texturas variadas (areia, grama, madeira, cascas de árvore), sons suaves, cores contrastantes, aromas naturais e possibilidades táteis enriquecem a experiência do parque.

3. Espaços de convivência

Brincar junto é uma das formas mais bonitas de construir vínculos. Por isso, os parques precisam de espaços onde as crianças possam estar juntas, mesmo brincando de jeitos diferentes. 

Bancos em roda, arquibancadas, mesas com tabuleiros, estruturas de sombra e áreas de estar tornam o parque um ponto de acolhimento e partilha.

4. Flexibilidade de uso

Parques inclusivos valorizam a criatividade. Brinquedos modulares, móveis soltos, estruturas que podem ter diferentes usos permitem que cada criança brinque do seu jeito, no seu tempo. A inclusão também acontece quando o espaço respeita as diferentes formas de brincar.

Um investimento pedagógico e institucional

Para gestores, mantenedores e diretores de instituições particulares de ensino, a construção de um parque inclusivo não é apenas uma ação de responsabilidade social. É um investimento direto na qualidade pedagógica da escola e na valorização da sua imagem institucional.

Ambientes inclusivos geram uma comunidade escolar forte e que tem uma visão ampla e humana do mundo. Além disso, ambientes que priorizam a integração também:

  • Ampliam o potencial de aprendizagem e desenvolvimento de todos os estudantes;
  • Aumentam o engajamento e a confiança das famílias;
  • Reforçam o compromisso da escola com a diversidade e com os direitos das crianças;
  • Promovem uma cultura escolar mais empática, colaborativa e saudável.

Mais do que cumprir normas, criar parques acessíveis é afirmar, na prática, os valores que a escola deseja transmitir. É educar por meio do espaço e do exemplo.

Exemplos que inspiram

No Brasil, iniciativas em espaços públicos têm demonstrado como é possível criar ambientes realmente inclusivos. O Parque Urbano da Macaxeira, em Recife, e o Parque Celso Daniel, em Santo André, são exemplos de áreas com brinquedos adaptados, circuitos sensoriais, acessibilidade arquitetônica e propostas lúdicas para todos.

Na esfera escolar, ainda há muito a avançar. Um estudo publicado pela plataforma DIVERSA aponta que, apesar das diretrizes legais e dos avanços no discurso sobre inclusão, muitas escolas ainda não possuem parques acessíveis e muitas sequer reconhecem essa lacuna. Os motivos? São vários, entre eles falta de informação técnica, de investimento direcionado e, muitas vezes, de escuta ativa da comunidade escolar.

Como a arquitetura pode transformar essa realidade?

No Ateliê Urbano, temos acompanhado de perto os impactos positivos que um bom projeto pode trazer para a dinâmica escolar. Não se trata apenas de instalar brinquedos ou atender a uma legislação, projetar um parque inclusivo é um exercício profundo de escuta, diálogo e tradução da proposta pedagógica da escola em espaços tangíveis e sensíveis.

Nos nossos projetos, buscamos:

  • Integrar áreas verdes e elementos naturais ao cotidiano escolar, criando ambientes que acolhem o corpo e os sentidos;
  • Respeitar as diferentes etapas do desenvolvimento dos alunos, oferecendo desafios adequados a cada faixa etária;
  • Promover a autonomia, o pertencimento e o protagonismo dos estudantes;
  • Criar espaços híbridos, que podem ser usados para brincar, descansar, conversar, apresentar, plantar, meditar ou simplesmente existir.

Um convite para o futuro

A escola é, por excelência, um espaço de formação humana. E, se queremos formar pessoas mais conscientes, empáticas e abertas à diversidade, é preciso começar desde cedo.

Parques inclusivos e acessíveis são um compromisso com o presente e com o futuro. São lugares onde todas as crianças podem ser vistas, ouvidas e acolhidas. Onde o brincar é um direito garantido, não uma possibilidade restrita. Onde o espaço ensina, protege e encanta.

Quer transformar o parque da sua escola em um espaço verdadeiramente inclusivo?
No Ateliê Urbano, desenvolvemos projetos personalizados, que unem funcionalidade, segurança e beleza. Vamos conversar?

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O risco da falta de acessibilidade na sua escola

A falta de acessibilidade pode causar uma série de problemas para a sua escola. Investir na inclusão é necessário e pode trazer uma série de benefícios.

Muita gente acha que são somente palavras da moda, mas a verdade é que são muito mais do que isso. A falta de acessibilidade pode fechar a sua escola.

Ter uma escola inclusiva e que atende às normas de acessibilidade é contribuir para que todas as pessoas tenham direito às mesmas oportunidades de educação e conhecimento.E em uma escola isso é tarefa básica.

A adaptação das  instalações das escolas NBR 9050/2015 nem sempre é simples. Muitas vezes implica em gastos importantes e que não são planejados pelos gestores.

Algumas escolas ocupam prédios alugados e os proprietários raramente aceitam acordos de carência para que as obras necessárias sejam viabilizadas. Por outro lado existem escolas em prédios antigos, sem espaço suficiente para a instalação de rampas, a colocação de elevadores implica em alterações estruturais complicadas e onerosas.

Talvez a acessibilidade, para todos, seja o maior desafio a ser enfrentado. Mas precisa ser encarada com seriedade e urgência. Ainda mais por escolas: estas tem o dever de incluir qualquer aluno sem descriminação. O que muitos gestores não sabem é o grande risco que a falta de acessibilidade pode gerar na sua escola. Falamos aqui de dois tipos de risco: o de acidentes e o de processos judiciais.

Vamos falar primeiro dos possíveis acidentes

Uma escola que não oferece a estrutura adequada para o atendimento de TODOS sem qualquer distinção está colocando em risco a integridade física de pessoas portadoras de deficiência que frequentem a instituição.

Separamos algumas situações reais como exemplos desta situação:

  • Calçadas quebradas, sem sinalização e com pisos escorregadios. São uma armadilhas para quem não enxerga muito bem, tem mais idade ou tem alguma dificuldade de locomoção e são verdadeiras arapucas.
  • A ausência de rampas ou elevadores implica na necessidade de carregar alunos pelas escadas. Nem precisamos dizer o quanto isso é perigoso e degradante
  • Portas com menos de 80 cm de largura impedem a entrada de cadeiras de rodas e novamente alunos precisam passar pelo constrangimento (e pelo risco) de serem carregados.
  • Rampas com inclinações incorretas acarretam em quedas e impossibilitam a circulação de cadeirantes sem o auxílio de outras pessoas
  • Banheiros sem as barras de apoio e sem pisos antiderrapantes também podem gerar acidentes graves.

Como podemos ver, o risco da falta de acessibilidade na sua escola pode atingir muito mais pessoas do que você imagina. Causa danos morais, por não incluir à todos como deveria e ainda pode gerar lesões graves. Certamente pode ocasionar processos e ações judiciais em que a instituição tem pouquíssimas chances de ganhar.

E chegamos aqui ao segundo ponto deste post: a possibilidade de sofrer uma ação judicial por conta da falta de acessibilidade na sua escola.

Recentemente passamos a atender uma escola aqui em São Paulo que sofreu uma ação movida por um pai. Ele havia se mudado e visitou várias escolas da região para encontrar uma que oferecesse instalações que pudessem atender ao seu filho. Não encontrou uma única escola.

Ele então acionou o Ministério Público e denunciou vários estabelecimentos do bairro (não só escolas) pelo não cumprimento da NBR 9050/2015. Esta denúncia gerou uma ação que atingiu a escola da nossa cliente. O não cumprimento da legislação implicaria numa multa diária de R$6.000,00 (seis mil reais) até o cumprimento de todas as exigências e na cassação do alvará da escola.

A gestora levou um susto com a ação. Mas conseguiu negociar os prazos e assim foi possível fazer as adaptações necessárias. Entretanto, todo este processo foi extremamente desgastante para a escola. Também teve um custo financeiro muito alto que poderia ter sido facilmente evitado com planejamento prévio.

Evitar este tipo de problema é possível com o estabelecimento de uma programação de obras que inclua todas as adaptações necessárias pra o cumprimento da norma.

O que fazer?

O primeiro passo é fazer um levantamento de todos os pontos que precisam ser adaptados. Na escola, são identificados todos os pontos que levariam ao não cumprimento da NBR 9050/2015 ou causariam algum tipo de situação desconfortável para pessoas com algum tipo de deficiência.

Depois é feito um projeto para que estas adaptações saiam do papel. Nesse momento, projetamos as adaptações de forma a economizar o máximo de espaço e dinheiro possível, sem desrespeitar a norma. Planejamos as melhores mudanças para a escola baseado nas necessidades dos alunos e do gestor.

A partir disso é possível traçar uma estimativa de orçamentos e prazos para a execução das obras.

Com este plano em mãos fica mais fácil preparar o caixa da instituição para as intervenções. Também fica mais viável a realização de um cronograma de obras que não atrapalhe o período letivo.

A primeira vista tudo isto parece muito complicado, porém o mais importante é entender que estas são mudanças primordiais e quem não as fizer vai ficar para trás.

O auxílio de um profissional é fundamental. Pode fazer toda a diferença entre gastar uma fortuna em obras dispensáveis ou aplicar o dinheiro em construções eficientes e que insiram a sua escola no mundo da educação inclusiva.

Para realizar uma obra de acessibilidade em sua escola, contate o Ateliê Urbano! Possuímos uma vasta experiência na área de reformas inclusivas em escolas. Estaremos mais que felizes em te ajudar à resolver suas pendências.

Nosso e-mail é atelieurbano@

Até a próxima!