Arquitetura integrada à captação de alunos

Captação de alunos com open day: como a arquitetura escolar pode ser seu maior diferencial

O que convence uma família a fechar a matrícula em uma instituição, ao invés de outra? Como atrair alunos para escolas? Não é só o currículo, nem a quantidade de atividades extracurriculares. A captação de alunos passa, cada vez mais, pela experiência da visita.

Open days, tours escolares, eventos de apresentação… todos esses momentos têm um poder que vai além da recepção cordial. Eles ativam sensações, constroem memórias e posicionam a escola na mente da família. E, em tempos de concorrência acirrada, esses são fatores que não devem ser ignorados.

Hoje, captar alunos exige planejamento, estratégia e uma estrutura pensada para ir além do comercial. Em 2024, por exemplo, 77% das matrículas no ensino superior foram atribuídas ao marketing digital.

O contato começa online, mas a conclusão muitas vezes acontece no mundo offline, no espaço físico. Quando bem projetado e usado com inteligência, ele se torna um grande aliado para despertar conexão, reforçar a proposta pedagógica e encantar os pais logo no primeiro olhar.

É por este motivo que iremos explorar aqui como unir arquitetura e comunicação em uma estratégia de captação de alunos, com foco no momento mais decisivo da jornada: o dia em que a família pisa na escola pela primeira vez.

O que os pais realmente observam na apresentação da escola?

A escolha da instituição de ensino raramente é feita com base apenas em planilhas comparativas. Mesmo quando os pais pesquisam mensalidades, grades e métodos pedagógicos, a decisão final costuma ser mais sensorial do que racional.

O primeiro contato presencial — geralmente durante um open day ou visita agendada — é o momento em que tudo o que foi prometido no site ou nas redes sociais precisa ganhar corpo e voz.

Uma pesquisa do Sistema Positivo mostrou que o que os pais procuram em uma escola é, principalmente:

  • Qualidade do ensino
  • Localização
  • Valor da mensalidade
  • Segurança
  • Qualificação dos professores

Mas esses critérios não são avaliados em uma conversa. Eles devem ser percebidos, para que realmente ganhem força na percepção dos cuidadores.

A postura da equipe na recepção, o cuidado com os espaços, o som ambiente, o modo como as crianças interagem no pátio — tudo faz parte da comunicação inconsciente que levará a uma decisão.

Por isso:

Se o espaço está alinhado com o que a escola promete, ele reforça a confiança.
Se não está, gera dúvidas.

Neste sentido, a visita é o momento em que a escola deixa de ser uma imagem de outdoor e passa a ser visualizada no futuro dos filhos. E tudo começa ao atravessar o portão.

Como transformar a recepção dos pais em um momento decisivo da captação de alunos?

A recepção é o primeiro momento em que os responsáveis experienciam, de fato, a cultura da instituição. E, no marketing educacional, esse primeiro contato pode ser decisivo para a conversão.

O ambiente da recepção, por exemplo, já comunica valores importantes: há conforto? A iluminação é convidativa? A sinalização orienta com clareza? O espaço permite uma espera tranquila e ativa ou cria tensão?

A arquitetura ajuda a reduzir incertezas, sinaliza cuidado e prepara emocionalmente para a visita.

Mas além da ambientação, é preciso pensar no conteúdo e na abordagem. Sua equipe pode aplicar estratégias inspiradas no método SPIN Selling, por exemplo, um modelo clássico de vendas consultivas que ajuda a entender melhor as motivações de quem está do outro lado.

  • S – Situação: “Qual a idade dos seus filhos? Como é a rotina atual da sua família?”
  • P – Problema: “O que tem sido mais desafiador na experiência em outras escolas?”
  • I – Implicação: “Como isso impacta o dia a dia da criança ou da família?”
  • N – Necessidade de solução: “Se você pudesse mudar algo na escola atual, o que seria?”

Essas perguntas não só ajudam a criar empatia, como também orientam a condução da visita escolar. Afinal, se o responsável citou, por exemplo, que valoriza espaços ao ar livre, o pátio precisa ganhar protagonismo no tour.

E aqui entram os gatilhos de persuasão do psicólogo Robert Cialdini, que podem ser incorporados de forma sutil durante a experiência:

  • Prova social: mostrar fotos ou depoimentos de outras famílias satisfeitas na recepção ou no material impresso ajuda a reduzir objeções e aumentar a confiança.
  • Autoridade: destacar certificações da escola, prêmios, formação da equipe pedagógica.
  • Compromisso e coerência: reforçar algo que os pais disseram durante a conversa inicial (“você comentou sobre a importância do protagonismo infantil — veja como este espaço foi pensado para estimular isso”) ajuda a manter o vínculo e valorizar a decisão.

Cada um desses gatilhos pode ser potencializado pela arquitetura — seja com quadros que contam a história da escola, seja com murais de alunos, espaços interativos ou sinalizações que destacam os diferenciais.

Tour pela escola: transformando a visita em narrativa

Visitar uma escola vai além de conhecer um prédio. O olhar dos pais e responsáveis percorre os espaços em busca de um ambiente de pertencimento e confiança, onde seus filhos vão evoluir.

É por isso que o tour escolar precisa contar uma história. Cada passo deve revelar como a instituição funciona, o que ela valoriza e, principalmente, como ela acolhe as pessoas que fazem parte da comunidade escolar.

E a arquitetura tem um papel essencial nessa mediação.

Ambientes escolares transmitem intenções. Uma sala organizada, um pátio aberto ao brincar, uma parede com trabalhos dos alunos, tudo isso fala sobre como aquela escola vê o aprendizado.

Podemos citar o projeto que fizemos para o Colégio Notre Dame, no Ipiranga, para exemplificar melhor.

Antes da reforma, a escola contava com uma sala de informática grande, mas antiquada, e que já não despertava interesse nos alunos, nem representava a proposta de ensino com tecnologia.

Nosso projeto transformou o local em uma sala multimídia dinâmica e flexível, equipada com tablets, computadores, lousas interativas e mobiliário móvel. Agora, os alunos de 4 a 17 anos encontram ali um ambiente versátil, com pufes, arquibancadas, mesas rotativas e liberdade para adaptar o espaço conforme a atividade.

Esse é o poder de um tour bem conduzido. Ele permite que a escola se revele. E quando essa revelação está alinhada com o que foi prometido, a visualização do futuro acontece de forma natural.

Apresentação da escola: alinhando o discurso à experiência na captação de alunos

Muita gente acredita que o momento de apresentação é a hora de “convencer os pais”, e por isso investe em falas longas, discursos institucionais ou slides recheados de valores e diferenciais.

Mas ninguém se conecta com uma escola só porque ouviu que ela é inovadora, afetiva ou excelente.

Se a experiência vivida na visita não sustenta o que foi dito, o discurso perde força.

Pais inseguros tendem a recuar quando percebem incoerência entre o que é prometido e o que é vivido no tour. A dúvida se instala rápido, e dificilmente é revertida depois.

A apresentação, portanto, deve ser uma tradução do cotidiano da escola. Isso significa mostrar a equipe como ela realmente é, os alunos em movimento real, os espaços funcionando de verdade, e não um cenário montado só para o evento. Daí se dá a importância de ter esses espaços planejados previamente.

Uma boa apresentação não precisa impressionar, mas precisa confirmar o que os pais já começaram a acreditar.

Quando o marketing e a arquitetura escolar trabalham em conjunto

Pais e responsáveis não decidem visitar uma escola do nada.

Antes de agendar um tour, eles já passaram por uma jornada que, muitas vezes, começou com um post no Instagram, uma busca no Google ou um comentário em um grupo de WhatsApp. Esse percurso é o que chamamos de funil de captação.

Essa jornada costuma ser dividida em três etapas principais:

  1. Topo de funil – Descoberta: o objetivo é tornar a escola visível para quem ainda não a conhece. A taxa média de conversão nessa fase gira em torno de 1% a 5% dos visitantes se tornando interessados.
  2. Meio de funil – Interesse: aqui, o foco é qualificar essas famílias em potencial, ou seja, nutrir o interesse com conteúdo mais aprofundado. Ações como e-books, plantões de dúvidas e webinars são comuns, e geram taxas de conversão entre 10% e 20%.
  3. Fundo de funil – Decisão: é o momento de transformar o interesse em matrícula. Provas online, ofertas de bolsas e atendimento direto ganham força, e os tours presenciais e open days entram em cena. Nesse estágio, de 20% a 40% das oportunidades se convertem em alunos.

Ou seja: o tour é importante, mas ele só acontece se todo o caminho até ele tiver sido bem construído.

E aqui entra o ponto-chave: a comunicação é quem dá os primeiros passos.

É ela que faz a escola aparecer na busca certa, que faz a família clicar, seguir, se interessar. Você pode contar com a ajuda de uma consultoria de marketing digital para isso, por exemplo. Ela irá estruturar essa jornada de forma inteligente e coerente.

Só então, quando a escola foi encontrada, chegamos ao tour. É quando a arquitetura precisa comprovar tudo que foi prometido.

Se a escola fala sobre acolhimento, o espaço precisa acolher.
Se fala sobre tecnologia, os ambientes precisam expressar isso visualmente.

Qualquer dissonância entre discurso e realidade gera desconfiança e pode interromper o processo ali mesmo, na recepção.

Por isso, arquitetura e comunicação não podem andar separadas. A primeira desperta o desejo. A segunda garante que esse desejo se concretize quando o portão se abre.

Quando o discurso é bem construído — e o espaço confirma — a matrícula vira uma consequência natural.

Sua escola cumpre o que promete?

A captação de alunos não se encerra com o clique no formulário de visita. Ela só se concretiza quando há coerência entre o que foi comunicado e o que é vivido, e esse momento de confirmação acontece no espaço físico.

Quando uma família entra na escola, ela está em busca de perceber, com os próprios olhos, se aquele ambiente faz sentido para seu filho. E essa percepção vem dos detalhes: a disposição das salas, a circulação dos alunos, o tipo de mobiliário, o que está nas paredes, como a equipe interage, o que está sendo revelado (e escondido).

Ambientes bem projetados devem ser transparentes. Se sua escola diz que valoriza a escuta, a arquitetura precisa mostrar espaços que favorecem conversas. Se diz que acredita no protagonismo, os ambientes precisam permitir escolhas. Se defende inovação, o percurso da visita não pode parecer engessado.

É por isso que um tour bem planejado vira um convite para enxergar a escola como ela é.

Se a sua escola ainda não está conseguindo expressar tudo o que acredita, talvez o desafio não esteja na proposta, mas na forma como ela está sendo vivida e apresentada.

O Ateliê Urbano pode ajudar a transformar essa apresentação em diferencial. Fale com a nossa equipe e descubra como a arquitetura pode impulsionar o processo de captação, tornando a primeira visita o início de uma escolha para a vida.

Áreas externas como salas de aula

Áreas externas como salas de aula

Em muitos projetos do Ateliê Urbano, gostamos de repetir uma frase: a escola não é apenas a sala de aula. E as áreas externas são uma prova viva disso. Elas podem, e devem, ser pensadas como ambientes pedagógicos capazes de acolher experiências ricas de aprendizagem que conectam corpo, mente e natureza.

Imagine uma aula de Ciências em que os alunos observam o ciclo de vida das plantas em uma horta, coletam folhas para classificá-las ou exploram diferentes tipos de solo. 

Ou uma aula de Arte em que a sombra das árvores se transforma em tema para um exercício de desenho de observação.

Na área de Linguagens, o parque pode ser cenário para rodas de leitura, escrita criativa inspirada pela natureza, dramatizações e contação de histórias. 

Já a Educação Física se beneficia de um espaço mais livre, onde jogos e práticas corporais podem dialogar com o relevo natural, promovendo a movimentação espontânea e o desenvolvimento motor.

Essa integração entre as áreas externas e o currículo amplia o repertório das crianças e adolescentes, favorece a aprendizagem ativa e permite que os conteúdos ganhem mais sentido e profundidade. Quando a escola abraça essa perspectiva, o ambiente escolar se torna mais significativo.

Estimular o uso pedagógico das áreas externas.

Mas como incentivar as equipes escolares a ocuparem os espaços externos com intencionalidade pedagógica?

Um primeiro passo é a formação da equipe. Educadores precisam se sentir seguros e inspirados para trabalhar fora da sala de aula. Isso passa por conhecer boas práticas, explorar o potencial dos ambientes e compreender os benefícios pedagógicos dessa abordagem. Reuniões pedagógicas, oficinas práticas e parcerias com especialistas podem ajudar nesse processo.

Outro aspecto importante é a previsibilidade. Os projetos nas áreas externas podem ser incluídos no planejamento semanal ou mensal das aulas. Quando o uso do espaço externo se torna parte da rotina, ele deixa de ser exceção e passa a ser regra.

Além disso, vale a pena que a equipe gestora e os coordenadores pedagógicos estimulem o registro dessas práticas e a troca de experiências entre professores. Um mural de boas ideias, um caderno coletivo de projetos ou mesmo uma pasta compartilhada com registros fotográficos e relatos podem funcionar como fontes de inspiração.

Mobiliário e estrutura: o que favorece esse uso múltiplo?

O projeto arquitetônico é um aliado fundamental para o uso pedagógico das áreas externas. Quando o espaço é desenhado com essa intencionalidade, ele convida o educador a explorar suas possibilidades.

Alguns elementos podem fazer toda a diferença:

  • Quadros-negros ou painéis de escrita ao ar livre, que permitem registrar ideias, fazer esquemas ou desenhar.
  • Mesas coletivas com bancos fixos ou móveis, ideais para trabalhos em grupo, refeições ou experimentações.
  • Palcos, arquibancadas e áreas planas amplas, que estimulam apresentações, jogos e rodas de conversa.
  • Espaços cobertos ou sombreados, que garantem conforto térmico e tornam o uso do parque possível em diferentes horários do dia e estações do ano.
  • Áreas com vegetação diversificada, que oferecem sombra, ampliam o contato com a natureza e podem ser exploradas em atividades de Ciências, Arte e até Matemática.

Em muitos dos nossos projetos, buscamos equilibrar a presença de estruturas fixas com áreas mais livres e abertas criatividade. Acreditamos que um bom projeto de área externa para uma escola precisa permitir o improviso, o inusitado, o inesperado, a criação.

E as hortas? Elas também ensinam, e muito.

As hortas escolares merecem destaque especial dentro dessa conversa. Além de serem espaços vivos e dinâmicos, elas conectam os alunos com os ciclos da natureza, promovem o cuidado com o meio ambiente e podem ser inseridas em diferentes áreas do conhecimento.

Na horta, a matemática aparece nas medidas e quantidades; a ciência, no crescimento das plantas e no solo; a linguagem, nos registros e relatos das observações; e a ética, na responsabilidade compartilhada com a manutenção do espaço. Sem falar no fortalecimento do vínculo com a alimentação saudável, com o próprio corpo e com o coletivo.

Projetos que incluem hortas — sejam elas em canteiros no solo, caixas elevadas ou até em vasos e jardineiras suspensas — têm demonstrado ótimos resultados em termos de envolvimento dos alunos e transformação da cultura escolar.

Experiências do Ateliê.

Ao longo da nossa trajetória, temos trabalhado com escolas que acreditam na força do espaço como educador. Em um de nossos projetos, por exemplo, desenhamos um parque que inclui arquibancadas de concreto sob uma grande árvore, uma horta elevada acessível a todas as idades e um palco de madeira com cobertura leve, pensado para apresentações, rodas e até aulas de dança. Cada elemento foi pensado com o olhar pedagógico em mente, em diálogo com a equipe escolar.

Em outro projeto, criamos um espaço externo multifuncional que combina gramado amplo, mobiliário para atividades em grupo e uma pequena “praça do conhecimento”, onde o piso convida a desenhar com giz e os bancos circulares formam uma arena para debates, leituras ou jogos matemáticos.

Áreas externas que ensinam e transformam

Transformar os parques escolares em extensões vivas do currículo é mais do que um desejo bonito: é uma estratégia pedagógica eficaz, que reconhece o valor da experiência, do corpo em movimento, da relação com o ambiente.

Para que isso aconteça, é fundamental que a arquitetura esteja a serviço da educação, e que os educadores se sintam apoiados e instigados a ocupar esses espaços de forma criativa. O Ateliê Urbano acredita profundamente nisso — e seguimos desenhando escolas em que o aprender ultrapassa paredes, portas e janelas.

Parques externos nas escolas: espaços para o corpo, o encontro e a imaginação

Parques externos nas escolas: espaços para o corpo, o encontro e a imaginação

Quando pensamos na arquitetura escolar, é comum que o foco inicial esteja nos espaços fechados, dentro do prédio, mas podemos ter a experiência do aprender em qualquer lugar. Os parques externos nas escolas (ou pátios, áreas verdes, playgrounds, quadras, campos…) também podem ser protagonistas no cotidiano escolar. Eles acolhem o movimento, os encontros e as pausas e desempenham um papel essencial no desenvolvimento de crianças e adolescentes.

No Ateliê Urbano, acreditamos que o projeto desses espaços precisa estar alinhado com as necessidades das diferentes faixas etárias e com a proposta pedagógica da escola. 

Como os parques escolares podem ser pensados desde a educação infantil até o ensino médio, respeitando os corpos, os tempos e os desejos de cada idade? Olha só como a arquitetura pode ajudar a encontrar essa resposta.

Educação Infantil: acolhimento, descoberta e segurança

Na primeira infância, o parque é um universo com inúmeras possibilidades de exploração. É onde o brincar é a linguagem principal e o movimento é o motor do desenvolvimento. Aqui, mais do que brinquedos complexos, o essencial é oferecer diversidade de estímulos e segurança.

Materiais como areia, água, troncos, bambu e elementos como pequenas rampas, passarelas e vegetação convidam à experimentação sensorial. Espaços com diferentes texturas de piso, como borracha, grama, madeira, cascas de árvore, contribuem para o desenvolvimento motor e ampliam as possibilidades de brincadeira.

Escalar, rolar, engatinhar, andar, correr são palavras chaves na escolha dos brinquedos que devem ser acessíveis e com alturas adequadas. 

Ensino Fundamental I: movimento, regras e invenção

Com o avanço da idade, a brincadeira se torna mais estruturada, e o corpo pede desafios maiores. No ensino fundamental I, as crianças já correm, escalam e pulam com mais segurança, e o parque deve acompanhar esse ritmo.

É nesse momento que brinquedos como escorregadores mais altos, redes de escalada, circuitos de equilíbrio, balanços e gangorras ganham espaço. Os jogos coletivos aparecem com mais força, e por isso é importante oferecer áreas amplas para correr, jogar, inventar danças ou criar brincadeiras em grupo.

Outro aspecto importante é o estímulo à autonomia. Elementos que permitem que as crianças criem suas próprias dinâmicas de uso, como estruturas modulares, móveis soltos e espaços com múltiplas possibilidades, incentivam a criatividade e o senso de pertencimento.

Ensino Fundamental II: encontros, identidade e expressão

Na pré-adolescência, os estudantes passam a desejar mais privacidade e autonomia. Muitos já não se interessam tanto pelos brinquedos tradicionais, mas ainda valorizam os momentos de pausa e convivência ao ar livre.

Nesse momento, o parque pode se transformar em um espaço de socialização. Bancos, arquibancadas, pérgolas, sombras e espaços para sentar em grupo ganham importância. É hora de pensar em praças escolares, que acolham conversas, jogos de tabuleiro, pequenas apresentações, rodas de conversa e momentos de descanso.

Também é possível oferecer equipamentos esportivos mais desafiadores, como mesas de pingue-pongue, cestas de basquete, skate e até estruturas para parkour ou slackline, se o espaço permitir.

Ensino Médio: respiro, contemplação e lazer

Para os jovens do ensino médio, o parque escolar pode ser o principal espaço de respiro entre uma aula e outra. É um lugar para relaxar, conversar, estar ao ar livre e, não necessariamente, para se movimentar intensamente.

Aqui, é fundamental pensar em conforto e diversidade de usos. Espaços com redes, espreguiçadeiras, bancos em áreas sombreadas, arquibancadas, anfiteatros podem parecer distantes da ideia tradicional de parque, mas fazem todo sentido quando alinhados às necessidades dos adolescentes.

Esses espaços também podem acolher práticas culturais, como rodas de violão, intervenções artísticas, feiras e exposições. Um parque bem projetado para essa faixa etária é aquele que respeita a identidade dos jovens e oferece liberdade com responsabilidade e possibilidade de se expressar.

Um parque para cada escola (e para todas as escolas)

Projetar parques externos é um exercício de escuta, atenção ao território e leitura da proposta pedagógica. Não existe uma fórmula única, mas algumas diretrizes ajudam:

  • Observe a escala: o tamanho dos elementos deve dialogar com a idade dos estudantes.
  • Ofereça diversidade de pisos e texturas: grama, areia, madeira, borracha e concreto ampliam as possibilidades de uso. 
  • Aposte em espaços híbridos: arquibancadas que também são escadas, brinquedos que viram palco, muretas que servem de banco.
  • Crie áreas de sombra: seja com árvores, coberturas ou pérgolas, o conforto é essencial.
  • Valorize os pequenos espaços: mesmo áreas reduzidas podem se transformar em miniparques potentes com o projeto certo.
  • O papel da arquitetura na criação dos parques

Na nossa experiência no Ateliê Urbano, percebemos que os parques externos mais bem-sucedidos são aqueles que dialogam com o cotidiano da escola. Eles não são apenas áreas de recreio, mas extensões do processo pedagógico. São lugares de aprendizado, cuidado e convivência.

Mais do que instalar brinquedos prontos, o desafio está em criar cenários que convidem à criatividade, respeitem as diferentes etapas do desenvolvimento e se integrem ao contexto da escola.

Projetar esses espaços exige conhecimento técnico, sensibilidade e, acima de tudo, a escuta atenta dos educadores e estudantes.

Quer repensar o parque da sua escola?
No Ateliê Urbano, desenvolvemos projetos personalizados para cada realidade, unindo segurança, funcionalidade e beleza. Vamos conversar?

Arquitetura emocional: como os espaços escolares impactam a saúde mental da comunidade

Arquitetura emocional: como os espaços escolares impactam a saúde mental da comunidade

Este post nasceu da nossa newsletter de abril, onde falamos sobre como os espaços escolares podem (e devem!) ser aliados no cuidado com a saúde mental. A repercussão foi tão boa que decidimos ampliar o tema aqui no blog!

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Bem, a escola é muito mais do que um local de aprendizagem. Ela é, antes de tudo, um espaço de convivência, de criação de relações com os outros e com o mundo, de desenvolvimento humano. 

Em espaços de educação crianças, adolescentes e adultos passam grande parte do seu tempo de vida, vivenciam experiências marcantes, constroem vínculos, criam memórias. 

Os espaços escolares afetam profundamente a forma como cada pessoa se sente, se comporta e interage com o mundo no decorrer da sua vida.

É nesse contexto que aparece o conceito de arquitetura emocional. Trata-se de uma abordagem que vai além da estética ou da funcionalidade já esperados em projetos de arquitetura. Ela propõe que os ambientes devem ser pensados também a partir das sensações e emoções que despertam nas pessoas. 

Mathias Goeritz, artista e pensador que lançou as bases desse conceito nos anos 50 e escreveu um manifesto sobre isso, defendia que a arquitetura tem o poder de provocar emoções e, por consequência, de influenciar comportamentos, para o bem e para o mal.

Espaços que acolhem ou adoecem

Quantas vezes já nos sentimos desconfortáveis em ambientes escuros, abafados ou barulhentos? E quantas vezes um espaço ventilado, iluminado e calmo nos trouxe uma sensação imediata de bem-estar? Esses sentimentos muitas vezes nos vem sem sabermos exatamente o por quê, mas pode ter certeza que o lugar em que você está pode provocar tanto o incômodo quanto o bem estar sem você nem perceber.

Na escola, esses efeitos são ainda mais intensos e visíveis já que alunos, professores e colaboradores passam inúmeras horas por ali.

Um espaço mal planejado pode gerar ansiedade, irritação e sensação de opressão, podem diminuir o rendimento dos alunos e criar problemas de saúde em profissionais da educação. Por outro lado, ambientes criados com foco no ser humano promovem o acolhimento, a sensação de pertencimento, calma, alegria e segurança emocional. 

A iluminação natural, o conforto térmico, o controle acústico, o uso de cores e materiais adequados, a presença de elementos naturais e a escala dos espaços têm influência direta no bem-estar de quem ensina e aprende.

O impacto de um bom ou um mau projeto de arquitetura é vivenciado diariamente por alunos, professores, gestores e toda a equipe escolar. Em tempos de crise climática, alta demanda por saúde mental e sobrecarga emocional nas escolas, pensar em espaços emocionalmente saudáveis deixou de ser um diferencial. É uma urgência. 

A arquitetura como instrumento de cuidado

É possível, e necessário, romper com a lógica que separa o “lugar de aprender” do “lugar de brincar, descansar e conviver”. A aprendizagem é um processo emocional, corporal e relacional. E isso vale desde a primeira infância até o ensino superior. Quando os espaços refletem a integração entre corpo, mente e espírito o ambiente escolar se torna mais harmonioso, respeitoso e saudável.

O papel da arquitetura, nesse cenário, é criar as condições para que essas experiências positivas aconteçam. Quando um projeto nasce do diálogo com a comunidade escolar, ele se transforma num instrumento de transformação. Ele acolhe a diversidade, promove a autonomia, respeita diferentes formas de aprender e fortalece os laços entre as pessoas.

Estratégias práticas para aplicar a arquitetura emocional na sua escola

Aqui no Ateliê Urbano, temos buscado formas práticas e acessíveis de aplicar os princípios da arquitetura emocional em diferentes contextos. Não importa o tamanho da escola ou o orçamento disponível: pequenas mudanças já fazem diferença no dia a dia da comunidade escolar. Veja algumas estratégias:

  1. Aposte na iluminação natural
    Ambientes iluminados naturalmente ajudam a regular o humor, aumentam a concentração e reduzem sintomas de estresse. Janelas amplas, claraboias e a boa orientação dos espaços devem ser priorizadas.
  2. Cuide da acústica
    O excesso de ruído afeta a concentração e aumenta a irritabilidade. Investir em forros acústicos, tapetes, divisórias, painéis absorventes e até vegetação pode ajudar a criar ambientes mais tranquilos.
  3. Escolha cores com intenção
    As cores transmitem sensações. Tons suaves promovem calma e bem-estar. Cores vibrantes estimulam a criatividade e a socialização. Não existe certo e errado, encontrar o equilíbrio certo para cada ambiente é o que importa.
  4. Invista em mobiliário flexível
    Mesas, cadeiras e painéis móveis favorecem a personalização dos ambientes. Eles permitem diferentes arranjos e usos, promovendo a autonomia dos alunos e respeitando diversas formas de aprender.
  5. Crie áreas de convivência e respiro
    Pátios sombreados, bancos sob árvores, varandas com redes, pequenos jardins… esses espaços convidam ao descanso, à conversa e ao lazer e são essenciais para reduzir o estresse e cultivar o pertencimento.
  6. Incorpore elementos naturais
    Plantas, jardins, materiais naturais e espaços abertos humanizam e refrescam os ambientes. A conexão com a natureza ajuda a regular emoções e ampliar a sensação de bem-estar.
  7. Integre o aprender e o brincar
    Ambientes menos rígidos e mais lúdicos estimulam a criatividade e a experimentação. Permitir que o brincar esteja presente em todos os espaços, e para todas as idades, é uma forma poderosa de tornar a escola mais leve e inclusiva.

Quer conversar sobre como transformar o espaço da sua escola em um ambiente mais saudável e acolhedor?
Fale com a gente! O Ateliê Urbano é especialista em criar projetos que cuidam de quem ensina e aprende.

brinquedão

Como escolher os brinquedos para o playground externo?

Crianças tem muita energia e não é atoa que estão o tempo todo atrás de brinquedos e brincadeiras! Se em casa elas adoram esse momento, na escola não é diferente.

Além de fazer parte do lazer, é nítida a importância das brincadeiras no aprendizado e no desenvolvimento cognitivo, motor e social da criança. Tornando essenciais as escolhas dos brinquedos usados em Playgrounds. Pensando em te ajudar na missão de montar um local divertido, seguro e educativo, separamos algumas dicas nesse post 🙂

Qual material escolher?

Em primeiro lugar, o parquinho em área externa é ideal para que as crianças se divirtam e gastem bem o seu tempo e energia. Porém, para construir um playground ao ar livre, é necessário prestar atenção a alguns detalhes. Em outras palavras, para garantir segurança e bem-estar para as crianças.

Madeira, plástico, ferro… as opções são muitas! Mas, por se tratar de uma área exposta a mudanças climáticas, a escolha do material, bem como a faixa etário dos alunos, é algo bem importante.

Brinquedos de plástico

Os brinquedos de plástico costumam ser bem ergonômicos, coloridos e lúdicos, assim, perfeito para as crianças brincarem. Além disso, apresenta menores riscos de acidente, visto que não tem farpas, lascas e não enferrujam. Por isso, no caso de uma área externa com cobertura, os brinquedos de plástico são os ideais, pois absorvem muito calor.

brinquedão
Brinquedão

Brinquedos de madeira

Já para as áreas que ficam totalmente ao ar livre, os brinquedos de madeira garantem segurança e resistência. Do mesmo modo que a madeira ajuda a melhorar a vida útil do parquinho, pode também ser um brinquedo que as crianças se “arriscam” mais e testam a coordenação motora.

patio externo
Parquinho com área verde e brinquedos de madeira
brinquedos de madeira
Playground com brinquedos de madeira

Brinquedos metálicos

Contudo, e embora seja o tipo de brinquedo mais resistente e duradouro, os brinquedos metálicos não são aconselháveis para o uso das crianças menores, costumam ser indicados para crianças a partir dos 10 anos, pois é um material que esquenta, pode ficar escorregadio quando molha e podem enferrujar.

Além disso, é importante ressaltar que brinquedos com esse material (principalmente quando localizados no litoral) precisa estar com a manutenção em dia, para evitar oxidações e danos que podem causar acidentes.

Segurança

Por isso, através do brincar, ela desenvolve elementos fundamentais na formação da personalidade. Visto que, experimenta situações, organiza suas emoções, processa informações e constrói autonomia. Por se tratar de um local para crianças, a segurança é um dos pontos mais importantes ao montar um playground.

Além de se atentar aos quesitos mais óbvios como material e faixa etária, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) também possui alguns requisitos para ajudar a prevenir problemas. Alguns deles, são:

  • calcular a distância entre os brinquedos;
  • programar manutenção periódica;
  • estabelecer regras de uso;
  • cuidar do acabamento;
  • fazer vistoria dos equipamentos;
  • deixar um responsável supervisionando as atividades;
  • instalar o piso adequado.

Adotar medidas preventivas é essencial para evitar a ocorrência de acidentes causados por negligência na manutenção ou por outros motivos que podem responsabilizar a escola criminalmente.

Ademais, É fundamental que o playground seja atrativo para as crianças. Assim, as cores, o formato, a área livre e o que há em volta também precisam encantar os pequenos.

 

arquitetura

4 soluções de arquitetura que auxiliam no aprendizado

Quando falamos de um projeto para instituição educacional, precisamos pensar em soluções de arquitetura para auxiliar no processo de aprendizagem. Por isso, os projetos precisam ser direcionados, principalmente, pelo lado funcional aliado ao estético.

Pensando nisso, preparamos 4 fatores que diminuem o aprendizado em sala de aula e poderiam ser resolvidos com simples soluções de arquitetura.

1- Conforto ambiental

Começando pelo conforto ambiental, ele consiste em não somente priorizar a estética, mas também, proporcionar boas condições ambientais para que todos possam realizar suas atividades. Nele, englobamos o conforto acústico, térmico e lumínico do espaço.

O conforto acústico diz respeito aos sons externos (que podem adentrar o ambiente escolar) e a reverberação do som no próprio ambiente. Já o térmico, diz respeito ao calor ou frio excessivos que podem atrapalhar o aprendizado e desempenho dos alunos. E, por último, mas não menos importante, o lumínico, que diz que todas as instituições devem ter boa iluminação tanto natural como artificial e na quantidade adequada.

soluções de arquitetura que auxiliam no aprendizado
Brises utilizados na fachada

Os brises são um exemplo de solução lumínica e térmica; Nesse caso da imagem, por exemplo, eles podem ser fixos ou articulados. Isso porque nas áreas de sala de aula ou salas administrativas, os articulados permitem a regulagem para entrar mais ou menos luz. Já os fixos, ficam em áreas de quadra, por exemplo, pois não precisam ser regulados com frequência.

Desenvolver soluções para o conforto ambiental da instituição é um processo bastante relevante, já que cada vez mais os pais procuram escolas que pensem nos alunos, que se colocam a disposição e oferecem o melhor que uma instituição de educação tem para oferecer.

Você pode ler mais sobre conforto ambiental no nosso post: O que é Conforto Ambiental e qual sua importância na educação.

2- Mobiliário

Pensar no mobiliário adequado significa levar alguns pontos em consideração na sua escolha final. Os principais  são: a faixa etária dos alunos, a proposta pedagógica da escola e o orçamento disponível. A partir disso, é possível escolher os móveis que atenderão todas as necessidades dos gestores sem prejudicar o desempenho em sala de aula.

arquitetura
Refeitório infantil

Contudo, investir em um mobiliário adequado, garante mais foco e realização das atividades propostas em sala. Como neste refeitório, onde as mesas dos alunos do infantil tem a altura adequada para que as crianças tenham liberdade ao se sentar e realizar as refeições; e ainda os banquinhos de berçário com uma altura elevada, para que as professoras tenham facilidade no auxílio da alimentação dos bebês. 

3- Aplicação de materiais

Já quando pensamos na escolha de acabamentos, luminárias, artigos de decoração e até mesmo definição da marcenaria, todos tem bastante influência na maneira como os alunos se percebem no espaço. Porém, quando o uso desses elementos é inadequado, acidentes podem acontecer, como um escorregão devido a um piso inadequado, distrações com iluminação muito estourada ou uso de cores muito fortes, são exemplos desses acidentes.

soluções
Sala Maker com piso adequado e acabamento arredondado da arquibancada

4- Layout do ambiente

A posição dos móveis e objetos na sala de aula também podem afetar no aprendizado. Um exemplo, é a altura e o local que a lousa será aplicada no espaço. Nesse caso, é preciso analisar a finalidade e a faixa etária que ocupar essa sala de aula.

Todavia, as mesas e cadeiras também precisam estar bem posicionadas para que os alunos tenham fácil acesso a elas e consigam assistir às aulas sem nenhuma dificuldade.

Sala de aula Ensino Médio

Além disso, é preciso conciliar os aspectos técnicos construtivos com a proposta pedagógica da escola e a finalidade das modificações. O sucesso do aprendizado depende de diversos fatores. Entre eles estão: a vontade e possibilidade de investimento do gestor, a disponibilidade do local e uma boa equipe para realizar um projeto profissional. Tudo isso faz parte da construção de um ambiente que ajudará no futuro de crianças e adolescentes 🙂

Jardim de Infância EcoKid Kindergarten - Vietnã

Arquitetura e pedagogia: 3 metodologias de ensino diferentes

A arquitetura e a pedagogia, quando aliados, contribuem diretamente para o aprendizado e para o desenvolvimento social e pessoal dos alunos. Metodologias desenvolvidas fora do tradicional, valorizam muito mais a individualidade, a formação lúdica e a criatividade da criança. 

Uma das maiores preocupações dos pais é com a educação de seus filhos. Por isso, eles buscam as melhores escolas para confiar o aprendizado dessas crianças e adolescentes, de modo a ter a certeza de que não haverá problemas nesse processo e de que os educadores mais qualificados participarão de cada etapa. Portanto, um dos quesitos que podem fazer a diferença no momento da escolha é a metodologia de ensino.

Pensando nisso, separamos 3 metodologias de ensino diferentes da tradicional que estão ganhando cada vez mais força no Brasil.

Reggio Emilia

O método pedagógico Reggio Emilia surgiu no contexto de pós segunda guerra em uma cidadezinha pequena no norte da Itália (chamada Reggio Emilia). Com o desejo de reerguer sua história social, cultural e política, o pedagogo Loris Malaguzzi, criou essa nova metodologia. A partir dela, o objetivo principal era colocar as crianças como protagonistas de seu aprendizado com a ajuda de professores, familiares e colegas.

Com isso, o ponto principal dessa proposta é acessar as “cem linguagens” que todo ser humano tem e que a criança pode desenvolver com a união de experiências diárias, pontos de vista, uso das mãos, pensamentos e emoções, aumentando a expressividade e criatividade.

Da mesma forma que uma metodologia alternativa ajuda no desenvolvimento sensorial e criativo da criança, a arquitetura também se torna um grande aliado na execução das atividades diárias da instituição. Ainda mais quando falamos em aumentar a expressividade e criatividade da criança através da união de experiências diárias, pontos de vista, uso das mãos, pensamentos e emoções.

arquitetura e pedagogia
Cozinha infantil
pedagogia e arquitetura
Refeitório

Para refletir os principais objetivos dessa metodologia, a madeira acaba sendo o principal material utilizado no mobiliário. Já para as áreas externas, encontramos muitos aspectos de natureza, como árvores, arbustos e grama. Dessa forma, também se torna possível que atividades práticas sejam desenvolvidas ao ar livre.

Como no exemplo das imagens acima, temos um refeitório infantil onde as crianças podem ter aulas de culinária e fazer suas refeições de maneira integrada com a área externa. Dessa forma, a arquitetura ajuda a reforçar a filosofia da instituição e promove a conexão dos alunos com o espaço e o aprendizado

Metodologia Pikler

Focada nos 3 primeiros anos da criança, a metodologia pikler foi desenvolvida pela pediatra Emmi Pikler. Assim como na metodologia montessoriana (temos um post aqui falando sobre o método montessori e waldorf  também), ele se baseia no respeito à individualidade e liberdade da criança. Além disso, esse modelo possui dois princípios fundamentais: segurança afetiva e motricidade livre.

Enquanto a segurança afetiva significa que o adulto respeita a individualidade da criança, reconhecendo que ela já é uma pessoa com suas próprias expectativas e necessidades; a motricidade livre é quando, em um ambiente adequado, a criança está livre para explorar objetos e descobrir possibilidades, de modo autônomo e tranquilo, desenvolvendo sozinho suas habilidades corporais. Neste caso, o adulto só interfere para garantir a segurança do bebê.

Jardim de Infância EcoKid Kindergarten – Vietnã

Construtivismo

E, por último, temos o Construtivismo, que chegou no Brasil na década de 80 e que parte do princípio de que o conhecimento é construído, e não adquirido. Ele acaba tendo uma estrutura mais complexa. Ou seja, ele utiliza duas bases em sua estrutura, uma científica e uma filosófica.

Contanto, na abordagem filosófica, ele segue com 2 conceitos no processo de ensino e aprendizagem: racionalismo e empirismo. Já na  científica, o construtivismo busca compreender como o conhecimento é construído.

O construtivismo defende a ideia de que a escola deve ser dividida em ciclos, e não em séries (anos) como é na metodologia tradicional. Devido a isso, esse método conta com poucos alunos em sala de aula, para facilitar o acompanhamento do professor na evolução do aprendizado de cada estudante. Dessa maneira, a ajuda é mais eficaz e ele consegue intervir quando achar necessário.

Ademais, os alunos tornam-se, nessa metodologia, mais participativos e agentes ativos do processo, expondo suas opiniões e dúvidas acerca dos conteúdos abordados.

Sala de aula com mesas coletivas

Por isso, é importante acompanhar diferentes metodologias pedagógicas, para manter a sua escola sempre atualizada. Além de estar por dentro de uma educação que prioriza a individualidade dos alunos. É valorizando a diferença que se valoriza a educação!

espaço pequeno em escola

6 dicas para aproveitar pequenos espaços na escola

Reformar pequenos espaços na escola pode ser uma grande dor de cabeça. Isso porque alguns gestores não sabem como aproveitar aquele ambiente da melhor maneira. Diante disso, escolher itens que mantenham a comodidade do espaço e ainda preservem a circulação de alunos e professores pode ser um grande desafio.

Mas calma, nada está perdido. Nestes casos, é preciso planejar e pensar na praticidade e funcionalidade, que pode ser feito através de mobiliários sob medida, cores e objetos de decoração.

Bom, para não te deixar na mão, neste post vamos dar 6 dicas para aproveitar melhor os pequenos espaços da sua escola.

1- Aproveite a estrutura disponível

Muitas escolas decidem reformar ou fazer adequações anos depois da sua construção final. Por isso, o espaço disponível para a criação de novos ambientes acaba sendo menor. Nesse caso, algumas instituições optam por anexar imóveis próximos, mas a maioria tem um orçamento reduzido e preferem utilizar os espaços disponíveis na própria escola.

Uma solução é seguir a estrutura do local, pois facilita o aproveitamento do lugar e permite ter uma área de livre circulação. Um bom exemplo é colocar painéis nas paredes com iluminação e móveis embutidos. Assim, é possível unir todas as vantagens de decoração e função de maneira prática e sem lotar o ambiente.

pequenos espaços podem ser bem aproveitados

 

2- Salas multiuso

Já para a otimização do espaço, as salas multiuso são uma ótima opção. Então, ao invés de ter mais de uma sala com objetivos diferentes e ocupando mais espaço, é possível transformar tudo em um único ambiente capaz de atender a todas essas atividades.

O mobiliário sob medida é um grande aliado desse tipo de sala, pois possibilita criar ambientes diferentes no local. Assim, é possível aproveitar espaços altos que seriam geralmente ignorados e transformar em um playground divertido, como na imagem abaixo.

como aproveitar pequenos espaços na escola
Brinquedoteca

3- Mobiliário sob medida

Falando neles, os móveis planejados ajudam a aproveitar espaços geralmente inutilizados. Quando falamos de pequenos espaços na escola, comprar móveis prontos pode não ser a melhor opção, pois pode contribuir para a desorganização do espaço.

Contudo, o clássico banco com gaveta ou baú ajuda a ter espaço de armazenamento e otimiza o ambiente. Esse tipo de mobiliário possui diversas variações, podendo ser tanto arquibancadas como um palco ou um banco. Nesse caso, cada instituição escolar que irá determinar a melhor solução para suas necessidades.

como reformar pequenos espaços na escola
Sala multiuso com palco

4- Portas retráteis

Uma solução que adoramos sugerir para os gestores, são as portas retráteis. Tanto para novos locais como para reformas, elas são uma ótima solução de otimização de espaço. Do mesmo modo que ela pode ser uma divisória retrátil, ela também pode ser uma parede ou armário com rodízios, podendo modificar a sala de diversas maneiras.

pequenos espaços na escola
Parede retrátil com rodízio

Muitas vezes, as escolas precisam de espaços amplos que seriam pouco utilizados ao decorrer do ano. Com isso, o uso de mobiliários móveis ou das portas retrateis, permite que o ambiente vire multiuso e seja muito mais aproveitado pela escola. O que é ótimo para otimizar a manutenção e usar todo o espaço que ela tem disponível, durante todo o ano letivo.

5- Pense bem nas cores

As cores também são um ponto bem importante. O uso de cores mais claras em um ambiente ajuda na sensação de amplitude, enquanto as escuras passam a impressão do ambiente ser menor. Por isso, aconselhamos que as cores mais escuras fiquem para detalhes de decoração e no mobiliário.

Outra dica é usar cores similares no piso e nas paredes, pois transmite uma sensação de continuidade no ambiente. Para áreas externas, o uso de uma cobertura transparente, além de conectar as crianças com a natureza, também ajuda na sensação de amplitude e acolhimento.

pequeno espaço sensorial
Espaço sensorial

6- Área externa

Ademais, muitos gestores acreditam que uma área externa pequena não tem muito a oferecer. Porém, o que determina isso é a maneira que o espaço será aproveitado. Definitivamente é possível fazer diversas intervenções nesses espaços.

Caso se trate de um playgorund, a escolha de um brinquedão alto otimiza o espaço de brincadeiras. Já no caso de uma área de berçário, o uso de um painel sensorial — onde os brinquedos estão fixos nas paredes — também ajuda a deixar espaço livre para a circulação das crianças.

solário
Solário

A diversidade de soluções para pequenos espaços em escolas é infinita! E agora, que você conheceu todas essas dicas, já pode começar a pensar nas soluções para aplicar na sua escola.

Confira também:

Dicas para aumentar a popularidade da sua instituição

Recepção escolar: a porta de entrada da sua instituição

escola confessional santo agostinho

Como modernizar uma escola confessional?

A escola confessional é aquela vinculada ou pertencente a igrejas, ou confissões religiosas. Esse tipo de instituição baseia os seus princípios, propósitos e forma de atuação em uma religião, diferenciando-se das escolas laicas.

Para esse tipo de escola, o desenvolvimento dos sentimentos religiosos é um dos principais objetivos junto ao trabalho educacional. Dessa forma, se a escola laica constrói sua proposta baseada apenas em correntes pedagógicas, a confessional procura ter um embasamento além do pedagógico: o filosófico/teológico.

Desafios da escola confessional

O maior desafio das escolas confessionais é aliar tradição à inovação. Muitas vezes, essas instituições são estabelecidas em prédios mais austeros, antigos, com uma arquitetura mais imponente, rígida e simples. Por isso, para as escolas que querem difundir uma imagem mais moderna e tecnológica, surge um obstáculo.

Apesar de serem tradicionais e já bem conhecidas, o método de ensino vem evoluindo bastante ao que era antigamente. Não é por um colégio ser cristão, focado em uma religião que ele não se modernizou pedagogicamente. Devido a isso, muitas escolas vêm enfrentando dificuldades em mostrar para as pessoas que o ensino mudou bastante ao longo do tempo. Por isso, a arquitetura do espaço ajuda a realçar essas mudanças.

Projeto de Sala Infantil em escola confessional

Como transmitir inovação em escolas confessionais

A imponência e autoridade de prédios antigos acaba não transmitindo a inovação que essas escolas abraçaram. Ou seja, acaba espantando quem procura um ensino mais tecnológico, pois tendem a pensar que não é uma realidade daquela escola.

Diante disso, o que nós tentamos fazer quando nos deparamos com esses projetos é não omitir os valores, a tradição e os conceitos religiosos, pois é algo que as pessoas continuam procurando em uma escola. Esforçamo-nos sim, para alinhar isso com uma nova forma de ver o mundo, mais conectado, onde o aprendizado se dá de maneira muito mais fluida.

A imagem abaixo, por exemplo, é do Colégio Santo Agostinho, escola tradicional de São Paulo.

Colégio Santo Agostinho. Fonte: https://csa.osa.org.br/

Esse colégio, com mais de 80 anos de história, vinha passando por várias mudanças na proposta pedagógica. Com isso, a demolição de algumas salas e um banheiro permitiu que fosse criada uma sala maker onde os alunos podem desenvolver atividades com jogos, criação e produção de peças e os professores têm uma estrutura ideal para instigar a criatividade e o trabalho em grupo. 

Colégio Santo Agostinho
escola confessional em são paulo
Sala Maker Colégio Santo Agostinho

A arquitetura entra para fortalecer os valores e a inovação

Mudar os espaços ao longo do tempo é fundamental para qualquer escola. Os anos passam e uma estrutura que há algum tempo era bastante funcional, hoje pode não atender a todos da melhor maneira possível. Portanto, o olhar profissional pode auxiliar na modernização da sua instituição e no bom aproveitamento dos espaços.

Uma das vantagens dessas escolas confessionais é que geralmente os edifícios têm um pé-direito alto, corredores largos, janelas generosas e áreas verdes e livres. A arquitetura de base já é ótima o que deixa a reforma muito mais simples de ser feita. Uma maneira de valorizar tecnologia e inovação é através da arquitetura.

Adequação de acessibilidade em escola tradicional
Adequação de acessibilidade em escola tradicional

Todavia, a acessibilidade também é um ponto que merece atenção em escolas confessionais. Como muitas estão localizadas em prédios antigos, elas não possuem uma adaptação de acessibilidade adequada. A imagem acima, por exemplo, é de uma escola com estrutura antiga que precisava de uma rampa que a conectasse com o prédio principal.

Como resultado, ter acessos acessíveis na sua escola, também mostra inovação e a preocupação com o público que vai frequentar o espaço.

Iluminação geométrica

Ideias criativas para a biblioteca na escola

A biblioteca escolar tem como principal objetivo apoiar e fortalecer o projeto pedagógico da escola, além de ampliar o interesse dos alunos pela leitura, principalmente na fase da alfabetização. Isso, porque todas as atividades realizadas fora da sala de aula costumam estimular ainda mais os alunos, proporcionando uma ferramenta diferente ao aprendizado.

Contudo, sabemos que para ter sucesso nessa tarefa, a atividade precisa ser agradável e sem imposições. Algo para atingir esse objetivo é a construção do espaço; tanto quando falamos de conforto ambiental, infraestrutura e ergonomia quanto da estética. Com isso, todos esses elementos fazem parte do pacote para se projetar uma biblioteca escolar ideal.

Por isso, escrevemos esse post para mostrar ideias de como uma biblioteca pode ser criativa, funcional e uma grande aliada no ensino da sua instituição de educação.

A importância da biblioteca na escola

A biblioteca é um espaço de conhecimento que existe há séculos. Antigamente, a preocupação era de se criar amplos espaços de leitura organizados. Já hoje em dia, estamos inovando neste tipo de projeto. Soluções tecnológicas avançadas, ambientes imersivos e experiências multimídia são uma maneira de deixar o ensino mais interessante para os alunos.

Além da nova biblioteca ser uma ferramenta a mais no aprendizado e ajudar na alfabetização, ela também virou espaço de socialização, atividades interdisciplinares e até pequenos eventos da escola. Isso acaba contribuindo para a vida do aluno em diversas formas, além de aprimorar os seus conhecimentos.

Por isso, é importante se atentar em alguns aspectos construtivos que irão potencializar todos os benefícios que citamos acima.

Escolha do mobiliário

Bom, já tratamos bastante por aqui que o mobiliário, independente do espaço na escola, é beeem importante. A escolha do móvel precisa tornar aquele espaço atrativo para as crianças e adolescentes. Caso não seja adequado nem na altura ou na finalidade, o aprendizado do aluno naquele local pode ser prejudicado.

Com isso, uma dica ao escolher o mobiliário para a biblioteca escolar é guardar os livros em estantes em uma altura que os alunos tenham autonomia para escolher o que ler. Ou seja, a altura precisa ser adequada à faixa etária que irá utilizar esse ambiente.

Outra dica é ter espaços onde eles se sintam confortáveis, como pufes, arquibancadas, mesas e cadeiras que também sigam a altura indicada para cada faixa etária.

Biblioteca – Maple Bear Klabin
Projeto luminotécnico

Já o projeto luminotécnico, diz respeito ao conforto visual da biblioteca. Ou seja, tanto na escolha de uma iluminação natural como artificial é necessário planejamento para que não atrapalhe a leitura dos alunos.

Iluminação geométrica

Quando possível, é interessante investir em luz natural utilizando janelas amplas e em luminárias e materiais acústicos que melhorem o conforto e não atrapalhem as atividades ali realizadas. Além disso, a iluminação artificial é uma ótima maneira de deixar o local mais criativo, através de nuvens acústicas, iluminação suspensa ou embutida.

Na imagem anterior, temos um exemplo de como a iluminação pode ser usada de maneira diferenciada: uma luminária com formas geométricas intercaladas do tipo de sobrepor na laje existente. Já na imagem abaixo, desenhamos uma sanca invertida e um forro acústico com furações redondas aleatórias.

Iluminação embutida no forro

Contudo, sabemos que, quando se trata do orçamento de uma escola, nem todo gestor tem a verba necessária para um projeto abastado. Ainda assim, é possível planejar um ambiente com materiais de bom custo – benefício e reaproveitar a estrutura que já existe na escola.

Biblioteca para educação infantil

A arquitetura pode contribuir muito para o aprendizado das crianças, seja no ambiente escolar tradicional ou em espaços que às vezes são negligenciados, como a biblioteca.

Sobretudo, um projeto para biblioteca infantil deve apostar nas cores e elementos lúdicos para estimular a leitura. Nesse sentido, outro ponto de atenção é em relação à disposição dos livros, que com as estantes baixas, facilitam seu acesso.

Biblioteca escolar infantil

A imagem acima é de uma escola que faz o uso de diferentes espaços para favorecer a aprendizagem. Por isso, buscamos ressaltar essa característica através da arquitetura. Esse é um espaço para leitura, produção textual, apresentações e convívio dos alunos. Na parede, temos um painel “pegboard” para exposição de trabalhos e pendurar os materiais escolares, como lápis e canetas para desenho.

Para incorporar a natureza, escolhemos um piso de grama sintética, para que as crianças possam se sentar ao chão ou até mesmo ficarem descalças. Também colocamos trepadeiras em uma estrutura metálica fixada no teto. Isso deixa o espaço mais aconchegante e confortável! A paleta de cores, tanto das paredes como do mobiliário, segue tons claros.

Outras soluções criativas

 

Biblioteca com cabines de leitura

Esta biblioteca foi construída no subsolo de uma escola. Por isso, utilizamos bastante iluminação artificial para compensar a falta da natural. Ademais, para diminuir a reverberação e melhorar a absorção de som, criamos forros flutuantes no teto e utilizamos as cores vibrantes da escola no mobiliário.

Cabines de leitura

Ao fundo, temos essa cabine de leitura que pode servir tanto para estudos individuais como para uma leitura divertida. Aproveitamos todo o espaço que podíamos para o armazenamento da grande quantidade de livros que a instituição dispunha.

Uso de Arquibancadas

Por fim, temos essa biblioteca bastante moderna e nada tradicional! O uso de arquibancadas e as cadeiras suspensas deixam o ambiente mais descontraído, atraindo o aluno para o espaço e incentivando a leitura.

A arquitetura pode sim, conseguir estimular os alunos e auxiliar professores na realização de atividades colaborativas, buscando o desenvolvimento pessoal e intelectual.